quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

[ABANDONO]

A violência velada diária da cultura de abandono está em todos os espaços urbanos, mas é mais nítida pelas margens da sociedade paulistana.

Abandono das coisas, dos lugares e... de pessoas.

Pessoas abandonadas pela família ou que abandonaram as suas famílias, elas estão ali na rua, às vezes, de baixo de pontes ou toldos de estacionamentos.

Coisas abandonadas pelas ruas, praças, ao lado de pontes... e os lugares abandonados, deixados ao descaso.

Quanta comida é jogada fora no final de uma feira na Capital?

O desperdício de talento humano, de comida, espaços e cultura de consumo e descarte é exemplo singular do nível de sinistro que a sociedade atingiu.

Cooperamos para sobreviver, o sistema competitivo serve de adubo ao próximo cículo, mais resiliente, diverso, complexo e... cooperativo.

Cooperativas são empresas, iguais a quaisquer outras; mas os vários donos montaram a empresa para responder uma necessidade "deles".

Cooperativas de consumidores são dos consumidores (que "necessitem" acessar comida mais barata), de produtores são dos produtores (que "necessitem" facilitar escoamento ou processamento).

Cooperativas de trabalhadores são dos funcionários (que "necessitem" acessar segurânça de emprego).

Na Casa Amarela/Estradão/PermaGuaru, temos "cooperativas de trabalhadores" em embrião (demora 2-5 anos para montar esse modelo, e temos que começar com pessoas que já são amigas)

Os três coletivos estão abraçando a "violência do abandono" atraves de multirões de permacultura urbana.

Na Casa Amarela, a cultura Slowfood já é rotina, e o freeganismo nossa vertente.

No PermaGuaru, trabalhamos comunidade e fizemos uma academia e laboratório de pesquisa permanente de permacultura na Biblioteca Comunitária CECAP-GRU.

No Estradão, atuamos na recuperação e resignificação de um espaço na Antonelo de Messina, 222, no fundo do quintal da Esocla Estadual Eunice T. O. Fragoas.

Aonde esses coletivos andam juntos, temos grandes mudanças nos espaços.

SE está abandonado, é lixo.. e LIXO não é apenas LUXO para nossos coletivos; se "transmuta" também, em ARTE.

Não existe lixo, existe recursos mal distribuidos e ao decorrer dos anos, cooperando entre uns aos outros, conseguimos fomentar aos poucos, um modelo que gostamos que gera BRISA.

Ao bater uma praça abandonada, chegamos com cozinha itinterante, comida processada de xepa, sementes de adubação verde (3-4 irmãs), mudas e sementes do chão da feira e os lixões do local em busca de recursos.

Colchão, tecido, roupas, sofá, caixote de feira podem virar canteiros com palha, folha, serragem...

Armário pode virar placas informativas, poéticas ou ilustrativas, garrafas pet se transformam em sistemas de irrigação no deserto. 

Entulho pode virar mobília, obras de arte ou canteiro.

MISSÃO:

PERMABLITZ
1. tecnica de "montar" uma cozinha coletiva relâmpago...
(c/ banheiro seco, e pia 😅)
2. preparar comida SLOW...
3. servir antes do almoço 11h.
4. PermaBLITZ a tarde numa praça cagada...
5. fogueira de madrugada
6. coletivo dorme dentro da cozinha comunitária.
7. café da manhã
8. técnica de "desmontar" uma cozinha coletiva relâmpago.

O resultado é IMPACTO.

https://youtu.be/JuaM7oBcn-A

Nenhum comentário: